O Prof. Dr. Teotónio de Souza, Director da Licenciatura de História da Univ. Lusófona e Professor do Mestrado de Ciência das Religiões, levanta aqui uma questão pertinente.
Antes de mais, é preciso não esquecer que não é só a História que faz o texto: o texto também faz a História. Com isto quero dizer que o texto que construimos e interpretamos ajuda a construir a nossa realidade. Por isso devemos ser cautelosos em atribuir a Deus aquilo que, na violência da linguagem, o fazemos fruto das nossas limitações de representação, expressão e compreensão. É a «violência das margens» a que Brecht se referia. Paulo dizia que «em parte conhecemos».
Não é verdade que quando falamos de um facto histórico não estamos a falar DESSE facto específico e concreto? O facto histórico não existe - o que existe é a nossa interpretação, representaçãp e percepção do facto! E quando falamos de Deus e dos actos de Deus, não falamos de Deus mas da nossa compreensão, percepção e interpretação de Deus!
Mas o que me aborrece, mesmo, é o culto da personalidade, o endeusamento de um homem e a diabolização de outro, que a Igreja Maná, com tanta facilidade e aparente felicidade, faz usando textos com alguma ligeireza e despudor.
Um abraço
Luís