Mais uma vez, estalou uma polémica em torno do uso, neste caso, artístico, de símbolos religiosos.
Transcrevemos a notícia de hoje no jornal Púbico:
"Um museu italiano desafiou ontem o Papa, o Governo de Silvio Berlusconi e as autoridades de Bolzano, no Norte, recusando retirar de exibição uma escultura de arte moderna onde um sapo crucificado, de olhos esbugalhados, segura uma caneca de cerveja com uma mão e um ovo na outra. Chama-se Zuerst die Fuesse (Primeiro os Pés) e é do alemão Martin Kippenberger, que morreu em 1997. O Vaticano, escrevem as agências noticiosas, falou de blasfémia e sabe-se que o presidente do governo regional, Franz Pahl, recebeu uma carta do Papa. Pahl divulgou excertos: a obra, afirma Bento XVI, "fere os sentimentos religiosos de tantas pessoas que vêem na cruz o símbolo do amor de Deus". "Seguramente isto não é uma obra de arte, mas uma blasfémia e uma peça de lixo repugnante que perturba muitas pessoas. A decisão de manter a estátua é inaceitável. É uma ofensa grave à população católica", afirmou o próprio Pahl à Reuters. O governador entrou até em greve de fome para protestar contra a escultura e chegou a ser hospitalizado há algumas semanas. Agora recebeu o apoio do Vaticano e do Governo. "Ficaria feliz se as instituições públicas ou financiadas pelo público não exaltassem apenas as provocações inúteis ou o nonsense", afirmou ontem o ministro da Cultura de Berlusconi, Sandro Bondi. A pressão dos políticos locais já levou o museu Museion a transferir a escultura de 1,30 metros da entrada para o terceiro andar. Mas a administração votou e a maioria decidiu que a escultura fica. Os trabalhos de Kippenberger já foram expostos na Tate Modern e na Galeria Saatchi de Londres e na Bienal de Veneza. Estão previstas retrospectivas em museus de Nova Iorque e Los Angeles."
A peça em causa está reproduzida em fotografia abaixo:
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