Segue um exemplo de como se usam normalmente símbolos ou peças religiosas, sem que notemos por isso.
Cristiano Ronaldo, na praia com o "terço" a fazer de colar. Andou assim todo o Verão e não me lembro de ter isto algum jornal a noticiar esta prática como errada.
É muito complexo o problema em causa. E é complexo porque é... simples, mas vem já de um tempo longo.
No fundo, podemos vislumbrar muito rapidamente duas questões para as quais eu pedia a opinião dos nossos queridos visitantes:
1. Tornou-se fácil, moda, chique, atacar os símbolos e as instituições do Cristianismo. Se um artista faz uma obra que é uma provocação à religião dominante, isso é arte e é legítimo fazê-lo. Se o mesmo artista faz uma obra de arte que caricaturiza um símbolo de outr religião... isso é ofensa.
2. Há uma já longa tradição na culturas populares ocidentais de usar, num sentido laicizado, e com uma certa carga erótica, os símbolos cristãos. Lembremos que, já na década de oitenta do século XX, todas as estrelas POP usavam crucifixos a fazer de brinco, começando pela Madonna por exemplo.
Portanto, tornou-se normal.
O problema reside em como gerir o caos que actualmente existe no uso de símbolos religiosos. Na Europa há governos que quase caem porque se publicam caricaturas sobre Maomé, mas ao mesmo tempo há museus que expôem obras, como a que aqui apresentámos, com um rã crucificada.
Onde ficamos?
A discussão é claramente necessária.
Falemos,
Paulo Mendes Pinto
Vejamos a decisão judicial que implicou a retirada da revista dos pontos de venda:
Processo 2008.001.251383-5
1. Alinha a autora, na peça de ingresso, o vilipêndio de símbolo religioso, utilizado em foto de nudez, através de revista de grande circulação, para adultos, lançada pela editora-ré.
2. Os aspectos enfocados integram conflitos aparentes de interesses constitucionalmente protegidos, na seara da liberdade jornalística, artística e religiosa.
3. Cabe ao Magistrado, em sede de tutela antecipada, ponderar os interesses de direitos difusos, para não tolher o livre acesso do cidadão à qualquer tipo de informação, com ingerência na sua vida privada ou violando a privacidade, assim como proteger o sentimento religioso.
4. Com efeito, não pode atuar o Judiciário de forma arbitrária, no recolhimento dos exemplares que se encontram nos estabelecimentos de venda, por isso que já estão disponibilizados para o público, em geral, até porque não atingida, em princípio, a integridade moral dos jurisdicionados, cuja faceta integra a fase probatória.
5. Em contrapartida, deve evitar-se o atingimento do mencionado sentimento religioso da comunidade cristã, até porque nenhum, ou pouco, prejuízo irá ser imposto à editora-ré, com a subtração de uma só foto.
6. Pelo talhe do exposto, considero que presentes, em parte, os pressupostos autorizativos, por isso que DEFIRO, PARCIALMENTE, A TUTELA ANTECIPADA, para determinar à ré abstenha-se de distribuir novas revistas com a foto impugnada, sob pena de multa diária de R$1.000,00.
7. Cite-se e intime-se, com cópias da exordial e desta decisão, cuja diligência deve ser cumprida em até 72 (setenta e duas horas).
8. Publique-se.
... não, ainda não é a foto da Carol...
Chegou-me uma resposta da modelo publicada num jornal. Aqui segue ela (a resposta).
Após ser criticada pela Igreja Católica por sua foto seminua com um crucifixo – em ensaio da revista Playboy de agosto –, Carol Castro foi surpreendida com mensagens críticas e de apoio em seu Bloglog. Aos que criticaram a foto, ela respondeu: "Odeio hipocrisia", em um post prublicado nesta sexta-feira (15).
Em sua página pessoal, a atriz chegou a ser ofendida por alguns internautas e disse que não iria ler os comentários, pois já disseram a ela que a discussão não estava muito construtiva.
"Soube por pessoas próximas que estava acontecendo um debate, um rebuliço, nos comentários do meu blog. Porém, soube também que o nível caiu em alguns momentos. Então prefiro nem ler. Porque odeio hipocrisia e não vou dizer que não me importo com o que escrevem para mim, porque não é verdade! Uma pena, mas fico feliz que a maioria esteja me apoiando e me defendendo", escreveu a Sheila de "Beleza Pura", da Globo.
A foto é, segundo a atriz, a interpretação de Dona Flor, da obra de Jorge Amado "Dona Flor e seus dois maridos", já que o ensaio foi inspirado na Bahia e nos personagens do escritor.
"Óbvio que não era a minha intenção magoar ou desrespeitar ninguém! Mas enfim, a foto fazia parte do contexto do ensaio: Mulheres de Jorge Amado. Elas sempre foram sensuais e religiosas. E na 'tal' foto, tratava-se de Dona Flor, viúva, sofrendo pela morte de Vadinho, rezando sua falta", explicou Carol.
Em apoio à atriz, o músico Tico Santa Cruz, vocalista da banda Detonautas, escreveu em seu Bloglog: "Senhores, voltemos nossas energias para causas que possam ajudar esta infame nação a sair desse caótico sistema, cujo vossos filhos estão entregues a todo tipo de mazelas. Despendam vossas energias para os destinos certos, onde precisamos de mobilização. Deixem a Carol Castro em paz!".
O Brasil é pródigo na junção de correntes diversas e na criação de sínteses. Continuando a nossa série de tópicos sobre LIberdade Religiosa, trago agora, pela mão do Hugo Espínola, um caso recente do uso de um símbolo religioso.
A situação não é nova. Já antes Madonna teve alguns problemas com o uso de crucifixos. Alguns artistas também os têm regularmente.
O novo neste caso é a intervensão da Justiça.
Esperemos para saber mais novidades que colocaremos aqui on-line, ajudfando-nos a reflectir sobre o uso público de símbolos religiosos.
Será que podemos publicar a qui a imagem?...
Entretanto, sigamos um artigo de opinião recentemente publicado num jornal brasileiro.
Publicada em 28/08/2008 às 11h47m
Artigo do leitor Jô Rodrigues
Nosso país é pródigo em casos e "causos". Vez por outra, tanto a Igreja quanto o Judiciário e os governos nos proporcionam fatos hilários. É o caso do problema criado entre a Igreja, a atriz Carol Castro e a revista "Playboy", especialista em desnudar musas para satisfazer desejos confessáveis dos marmanjos de plantão.
A menina mostrou o que é seu, o belo corpo, adornado por um crucifixo, numa revista masculina. Parece que os "senhores feudais" da Cúria também leram a revista profana. E, prontamente, acionaram a Justiça, que sempre é careta e carola, e eis que um juiz resolveu que a moçoila não pode posar nua com um símbolo da Igreja.
Interessante... Na época das Cruzadas, milhares de cavaleiros e plebeus matavam, roubavam, estupravam, tendo como símbolo a cruz de Cristo, sob as bênçãos do Papa de plantão. Durante a Inquisição, tribunal radical católico, centenas de pessoas eram perseguidas, mutiladas, queimadas, acusadas de perjúrio, bruxaria etc. E sob a velada proteção dos maiorais da Igreja, muuitos padres pedófilos, que portam crucifixo ao pescoço, estão por aí, alguns processados, outros simplesmente transferidos de dioceses. A maioria, ao que parece, salva da ira dos justos.
E agora, eis que a jovem e bela Carol Castro, ao mostrar o belo corpo que Deus lhe deu, vira notícia por estar com um crucifixo preso ao belo pescoço. Santa mediocridade... Afinal, ela está como veio ao mundo - nua - por obra e graça do Criador, que nos fez todos assim. Se usamos roupas e tantos apetrechos, errados estamos diante do Senhor, já que nascemos nus, totalmente, sem qualquer adorno!
Essa providência, discutível, não prejudicou em nada a Carol e a revista. Muito ao contrário. Se a Igreja não tivesse pronunciado, e a Justiça não tivesse metido sua mãozinha na questão, a publicação nem faria o sucesso que está fazendo. Seria mais uma bela atriz que expõe seu belo corpo, nada mais. Mas, com as providências intespestivas, ela ganhou mais fama ainda e a revista "Playboy" está morrendo de rir. Provavelmente terá a maior vendagem entre tantas que já teve. Amém?
Mais uma vez, estalou uma polémica em torno do uso, neste caso, artístico, de símbolos religiosos.
Transcrevemos a notícia de hoje no jornal Púbico:
"Um museu italiano desafiou ontem o Papa, o Governo de Silvio Berlusconi e as autoridades de Bolzano, no Norte, recusando retirar de exibição uma escultura de arte moderna onde um sapo crucificado, de olhos esbugalhados, segura uma caneca de cerveja com uma mão e um ovo na outra. Chama-se Zuerst die Fuesse (Primeiro os Pés) e é do alemão Martin Kippenberger, que morreu em 1997. O Vaticano, escrevem as agências noticiosas, falou de blasfémia e sabe-se que o presidente do governo regional, Franz Pahl, recebeu uma carta do Papa. Pahl divulgou excertos: a obra, afirma Bento XVI, "fere os sentimentos religiosos de tantas pessoas que vêem na cruz o símbolo do amor de Deus". "Seguramente isto não é uma obra de arte, mas uma blasfémia e uma peça de lixo repugnante que perturba muitas pessoas. A decisão de manter a estátua é inaceitável. É uma ofensa grave à população católica", afirmou o próprio Pahl à Reuters. O governador entrou até em greve de fome para protestar contra a escultura e chegou a ser hospitalizado há algumas semanas. Agora recebeu o apoio do Vaticano e do Governo. "Ficaria feliz se as instituições públicas ou financiadas pelo público não exaltassem apenas as provocações inúteis ou o nonsense", afirmou ontem o ministro da Cultura de Berlusconi, Sandro Bondi. A pressão dos políticos locais já levou o museu Museion a transferir a escultura de 1,30 metros da entrada para o terceiro andar. Mas a administração votou e a maioria decidiu que a escultura fica. Os trabalhos de Kippenberger já foram expostos na Tate Modern e na Galeria Saatchi de Londres e na Bienal de Veneza. Estão previstas retrospectivas em museus de Nova Iorque e Los Angeles."
A peça em causa está reproduzida em fotografia abaixo:
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