Sábado, 4 de Janeiro de 2014

ASPECTOS FÍSICOS DAS “APARIÇÕES MARIANAS” DE FÁTIMA, 1917

Imagem retirada daqui.

 

Por Joaquim Fernandes* 

Introdução

 

A impregnação das conhecidas  “aparições de Fátima”, de 1917, no tecido mítico-cultural português, pode ser interpretada e avaliada no quadro da tradição mariana do Catolicismo popular, alimentada pelos sedimentos dos cultos matriciais femininos neolíticos. Ao longo dos seus quase 100 anos de história, o complexo mental dos fenómenos de Fátima instalou-se e floresceu na sociedade portuguesa, sem discussão nem alternativas, nos estreitos limites dicotómicos, maniqueístas, da aceitação ou da recusa. Os sistemas de crença geram mecanismos de auto-defesa, fortificando-se na clareza do imediato e confortável contra o indeterminado e o imperscrutável e determinam o modo como percepcionamos e reconstruimos coletivamente a “realidade”, de acordo com “grelhas” sensoriais e culturais, e em moldes e limites que se vão reconhecendo e identificando.[1]

Recentemente, foi-se acentuando um crescendo de curiosidade e interesse por parte de muitos investigadores e cientistas, das ciências físicas às humanas e sociais, tendendo à reflexão ponderada em torno de questões, tanto quanto possível, objectivas e decorrentes dos episódios públicos e notórios de 1917. Esta convergência na abordagem concreta, desapaixonada, de fenómenos reputados de extraordinários, na alçada do ”miraculoso”, não pretende colidir com o estatuto de objecto religioso, devocional, conferido pelo sistema de crenças dominante aos eventos da Cova da Iria, em 1917, ainda que traduzido num culto de “revelação privada”, desobrigado de qualquer dogma, conforme a definição do cardeal Joseph Ratzinger, o ex-Papa Bento XVI. Seja como for, este assomo de investimento por parte da comunidade científica nacional e internacional vem desmentir alegadas impossibilidades e inapetências de enquadramento objectivo dos fenómenos deduzidos dos testemunhos de Fátima: de facto, o acréscimo de conhecimentos científicos, com destaque para a dimensão cognitiva-subjetiva das experiências “extraordinárias”, autoriza novas avaliações de territórios antes vedados à indagação e reflexão por carência de instrumentos adequados. E em quase um século muito se avançou nessa área disciplinar.

A investigação científica não se deve eximir na afirmação da sua autonomia, devendo-lhe ser reconhecida a possibilidade de indagar em toda a sua plenitude e sem limites coactivos, pré-definindo supostos “territórios” inabordáveis, por conveniência circunstancial dos diferentes poderes, religiosos ou temporais. Sobretudo, importa superar a clássica dicotomia entre crença e descrença, fé e razão, quando se desenham sinais iniludíveis rectificadores dessas “autarcias mentais”.

Nada disto tem a ver com presunção de saberes elitistas, marcados por “cientismos positivistas”, argumento usualmente invocado a quem não interessa a exposição e confrontação de novos dados e perspectivas que a marcha do tempo histórico tornou viáveis. A integração de novas porções do Real nas franjas do Conhecimento decorre, como o trânsito fatal do rio em direcção à foz: a curiosidade humana, na sua vocação natural, vai desmentindo sucessivos “impossíveis”.

    

Convirá recordar os primeiros sinais para uma leitura diversa, não conformista e não maniqueísta, dos fenómenos religiosos “marianos”, proporcionada pela publicação de obras de fundo histórico, a partir da década de 80 do século passado, documentadas nos acervos originais e que resultaram em trabalhos documentais do autor, em parceria com a historiadora Fina d’Armada, [2]

É nesta legitimidade, assumida pela autoridade dos saberes universais, que partimos para uma releitura da fenomenologia das “aparições marianas” em Fátima. Gradualmente, verificámos que as nossas correlações e suposições iam ganhando fôlego e uma companhia meritória, do ponto de vista da comparticipação científica, de variadas origens, com destaque para o continuado e fecundo diálogo à distância que vimos mantendo, desde o início da mesma década de 80, com Auguste Meessen, físico teórico da Universidade Católica de Louvaina. Este investigador, de par com a sua condição de católico indefectível, junta o exemplar sentimento de “não se sentir aprisionado num qualquer dogmatismo e crer que o nosso dever será sempre o de procurar a verdade”.[3]    

 

 

Materiais e métodos

 

As nossas fontes são constituídas pelos interrogatórios originais dos três videntes, além de depoimentos em primeira mão, datados e seleccionados em função da sua riqueza informativa. Com esta base documental – cerca de uma centena de testemunhos - elaborámos um suporte informativo que, na sua variabilidade e subjectividade, representa o retrato possível, representativo, mas historicamente verificável, dos acontecimentos de 1917, naquele ermo do interior português.  

Este material, pela sua riqueza intrínseca, foi alvo de uma aproximação sistemática, minuciosa, ao elenco de efeitos e sintomas demonstrados em experiências de observação próxima de fenómenos aeroespaciais não identificados, e de quadros sintomáticos de “comunicação” e “contacto” no âmbito laico, registadas no decurso dos últimos 50 anos. Na sequência dessa correlação, atendendo às feições “precoces”, antecipadas, desse corpo documental, específico dos eventos de Fátima, como “o insólito que não podia ser inventado”.

Uma das peças de convicção mais curiosas e intrigantes decorre da descrição original de Lúcia quando, no “Inquérito Paroquial”, de 1917, fala de uma “senhora muito brilhante (...) que trazia nas mãos uma bola luminosa e virava as costas aos videntes quando partia”. [4]

A avaliação cuidada das descrições dos videntes permitem-nos supor o modo de “locomoção” da “senhora luminosa”, de que modo surgia no topo da azinheira e dele era retirada: através da manifestação gradual de um feixe luminoso tronco-cónico, retráctil, procedente do “alto”  - uma suposta nuvem dotada de um movimento peculiar, dado que se deslocava contra o vento - e que envolvia a figura feminina na sua secção central. Existem, na literatura disponível, exemplos coerentes com este tipo de feixes luminosos, a que alguns autores designam de “luz sólida”. [5]

Um outro factor determinante foi a busca de uma eventual distribuição dos testemunhos do chamado “milagre do sol”, em 13 de Outubro de 1917, e seleccionados como possíveis fontes de informação. Pudemos conferir, uns por localização directa, outros por extrapolação indirecta e provável, que a generalidade das testemunhas se distribuía nos terrenos da Cova da Iria, por uma banda com cerca de 70 metros de largura, ligeiramente orientada no sentido norte-sul. Todos os testemunhos conhecidos, que alegaram reacções, efeitos físicos e fisiológicos durante a manifestação “solar” – nos cerca de 10 minutos que o “objecto solar” aparentemente se aproximou da multidão – estão contidos nesse segmento de terreno. No decurso desse fenómeno, as sensações descritas foram:

 

  1. Um calor súbito e intenso;
  2. A secagem imediata das roupas e do solo alagados pela chuva intensa;
  3. Efeitos fisiológicos instantâneos (“curas milagrosas”) 

 

Todas estas reacções foram consecutivas à aparente descida do “objecto solar” sobre a multidão ali reunida. O tríplice efeito descrito parece sugerir a hipótese de uma manifestação de grande amplitude “energética”, procedente de uma fonte externa às testemunhas. Os movimentos anómalos do “objecto” que, supostamente “mimava o sol, aliada à simultaneidade das suas consequências físicas, traduzem-se em dificuldades, em nosso entender, para os diferentes modelos explicativos em torno da natureza alucinatória de eventos deste tipo. Neste contexto, refira-se a discussão em aberto acerca das propostas de “image projections”, típica dos vários estados hipnoides. [6]

 

Resultados

 

Estamos, assim, em condições de promover a necessária avaliação, tanto quanto possível objectiva, dos resultados que permitam ir mais além da adesão emocional aos eventos da Cova de Iria, na especificidade sociológica e antropológica dos formatos da religiosidade popular.

De entre os já invocados elementos materiais documentados, importa sublinhar um conjunto de referências, produzidas pelos pequenos videntes e/ou simples testemunhas circunstanciais das aparições, à audição de um tipo de ruído, definido nos documentos originais da época como um «zumbido de abelha no interior de um cântaro que se produzia sempre que a Senhora falava com os videntes SEM MOVER OS LÁBIOS ( sublinhado nosso) ».[7]

Até há pouco tempo, tais analogias não teriam outra expressão e significado se não a de pitorescos detalhes, próprios do léxico e do folclore característicos da região da serra de Aire, em testemunhos, mais ou menos ingénuos, feitos por crentes que conviveram com os episódios cíclicos em redor da pequena azinheira. 

Só que este fenómeno do “zumbido”, repetido aqui e ali no espaço e no tempo planetários, em cenários culturais distintos, poderia representar num nexo coerente se inserido na economia explicativa de um modelo físico global. A audição de um ruído desta ordem poderia reportar-se às sequelas colaterais de uma “fonte” responsável pelas restantes evidências físicas inventariadas em Fátima: a primeira associação ou correlação que nos surge é a uma manifestação de radiação electromagnética, no espectro das micro-ondas, cujos efeitos físico e biológicos vêm sido estabelecidos e aferidos, desde a década de 50 passada, por equipas científicas em laboratórios franceses, canadianos e americanos.[8]

Este único indício, totalmente diluído nas expressões piedosas dos crentes e ignorado tanto pelo dogmatismo devocional como pelo positivismo inócuo, poderia revelar-se como ponto de partida explorável para a elaboração de uma hipótese coerente justificadora do tríplice processo fenomenológico simultâneo, ocorrido quando do episódio «solar», em 13 de Outubro de 1917, atrás descrito, e dos seus efeitos simultâneos: calor intenso, secagem da roupa e do solo; efeitos fisiológicos.

            Esta relação fundamental de causa-efeito havia sido inicialmente aventada pelo físico nuclear norte-americano James McCampbell que, conhecedor das nossas avaliações, reforçou a pertinência desta hipótese nas suas deduções acerca dos efeitos produzidos por uma fonte E.M. daquela grandeza nos seres vivos e no ambiente. [9]

            Ainda que sujeita a caução futura, a hipótese da radiação eletromagnética (E.M.) citada ofereceria ainda a possibilidade – fundamental do ponto de vista da economia de hipóteses – de pode ter servido de “canal” comunicacional entre a “senhora” radiante e a vidente Lúcia, tal como sustentam as experiências já referidas. [10]  

            De facto, desde McCampbell, iniciativas laboratoriais aportaram indícios não desprezíveis ao modelo agora exposto, se considerarmos como facto estabelecido que as testemunhas das aparições de Fátima registaram sensações auditivas do tipo “zumbido de abelha”. Entre esses suportes adicionais, contam-se as experiências conduzidas por elementos do Canadian Institute of Electrical and Electronic Engineers, e particularmente por James C. Linn, Sergio Sales-Cunha, Joseph Battocletti e Anthony Sances, na obtenção do que é conhecido por “Microwave Auditive Phenomenon”. [11]

            O “MAP” – acrónimo do fenómeno – poderia, inclusivamente, ajudar-nos a discernir o tipo de comunicação envolvido nas experiências aparicionais de 1917, e de outras vivências excepcionais do foro laico, ambas marcadas por alterações dos estados de consciência. Seja na sua matriz religiosa – como o exemplo de Fátima, entre outros - ou laica – ambas as experiências de “contacto” são caracterizadas pela obtenção de uma “mensagem”, por parte dos “eleitos”, tornados recipientes e zeladores da mesma. [12] Modalidades culturais de um processo idêntico, implicam uma “síndrome do contactado” que, por si mesmo, cumpre um percurso ontogenético, com variantes, geralmente coroado por um vector de transformação (na acepção laica) ou metanóica (na faceta religiosa ou mística).

            Retomando as experiências canadianas, é de registar que elas determinaram a aquisição de ruídos reverberados no interior do crânio dos sujeitos testados, a partir de curtas descargas de radiação micro-ondas. O grau de percepção obtida consistiu numa combinação de sons audíveis: a cabeça do sujeito foi colocada em linha directa com uma antena cónica, dentro de um compartimento apropriado e estanque.

            Estes estudos mostraram que os indivíduos alvo destas experiências aperceberam ruídos tipo “zumbido”, entre outros, no interior da cabeça quando expostos a uma radiação micro-ondas entre os 200 e os 3000 MHz, com uma potência média entre 0.4 a 2mW/cm2, para uma densidade de nível abaixo dos 300 mW/cm2. As frequências moduladas variaram entre os 200 e os 400 Hz. Regra geral, os sons eram apercebidos no interior da cabeça, sobretudo na parte do occipital.     

            É a propósito desta sensação auditiva que cabe aqui recordar o depoimento de uma quarta e ignorada vidente dos fenómenos de 1917, Carolina Carreira – uma das mais sugestivas descobertas nos arquivos originais depositados no santuário de Fátima. A quase ignorada testemunha descreveu-nos pessoalmente a recepção de uma espécie de “ordens” no interior da cabeça, quando observou um “anjo”, de cabelo louro e pequena estatura, nas imediações da azinheira que acolhia a descida da “senhora luminosa”. Essas “ordens eram repetitivas na fórmula “Vem cá e reza três ave-marias; vem cá e reza três ave-marias...” .[13]

            A este sugestivo quadro de referências acrescem novas achegas científicas, que nos foram pessoalmente transmitidas por Jean Pierre Petit, astrofísico do CNRS e diretor-adjunto do Centro de Cálculo da Universidade de Provence. Referiu-nos este cientista experiências realizadas, em 1979, no âmbito do CNES, de Toulouse, invocando o testemunho do professor Thourel, director do DERMO, que confirmou, pessoalmente, a recepção, por via não-auditiva, desse tipo de sensações, ao expor-se, involuntariamente, a uma emissão modulada da referida frequência E.M..[14]

            Parece óbvio que as situações descritas autorizam inevitáveis comparações: entre o laboratório canadiano e a dolina da Cova da Iria algo de comum poderá ter ocorrido. Aceitemos que, se não especulamos aqui acerca da eventual intencionalidade e/ou autoria dos “sinais” emitidos, seja-nos lícito admitir uma eventual univocidade de processos, quiçá, da natureza dos mesmos. Qualquer que seja o “agente” implícito reconhece-se, sem esforço, que a denúncia dessas sensações auditivas foi feita quer pelos videntes quer pelos circunstantes mais próximos, facto que prefigura a hipótese de uma fonte radiante, ”energética”, externa e não subjectiva, de algum modo servindo de “canal” para um tipo de comunicação não-verbal entre a entidade luminosa e Lúcia dos Santos.

 

            Discussão

 

            Os estágios experimentais atingidas pela investigação científica, laboratorial, nas áreas do chamado “mind control” é sobejamente ilustrada na literatura disponível, ainda que nem toda a informação sobre a matéria tenha sido integralmente divulgada. [15]

            Entretanto, a discussão das hipóteses testáveis e de modelos explicativos que possam confirmar os nexos de causa-efeito de ordem física, aqui considerados, tem sido potenciado pelo crescente reconhecimento do quem é quem em diversas áreas de exploração e fronteiras científicas.

            Por exemplo, o biólogo suíço Claude Rifat, considerando as aparentes modalidades narrativas e representações de conteúdo das experiências “aparicionais”, sugere que se atente no papel que o Locus Coeruleus, importante região do cérebro dos mamíferos desempenharia na eclosão dessas situações “irreais”. O referido autor sugere a hipótese da fonte de radiação X, da “entidade” luminosa, etc. interferir com o normal funcionamento daquela região cerebral. Daí, as alterações e leituras, além de possíveis «imagens» induzidas, adaptadas em função dos conteúdos culturais, das «mensagens» veiculadas pelos protagonistas desses acontecimentos singulares, que estilhaçam a nossa subjectiva «normalidade». [16]

            Do mesmo modo, chamaríamos a atenção para o desenvolvimento e emergência de um novo escopo de análise, inspirada nos recentes avanços das neurociências e que pretende abordar, de um modo particularmente original, as relações e interdependências globais entre o cérebro e os efeitos das experiências de cariz religioso e transcendente: é a Neuroteologia que começa a afirmar-se por achegas e contributos vários, estimulados pelos trabalhos pioneiros de parceria do psiquiatra Eugene d’Aquili e do neurologista Andrew Newberg, investigadores da Universidade da Pensilvânia. Em particular, as suas análises, a longo termo, têm-se detido no comportamento das funções cerebrais e do fluxo sanguíneo do cérebro durante a prática de meditação de budistas tibetanos. [17]  

            Por outro lado, surgem novos e não desprezíveis indícios que reforçam uma eventual pista em torno das interferências do espectro E.M., recentemente obtidos a propósito dos chamados “círculos nas searas”, por uma equipa chefiada pelo biofísico norte-americano, C. Levengood, do BLT Research Team, do Michigan. Investigando as zonas do interior dos referidos “crop circles”, foi possível observar, em laboratório, que as alterações fisiológicas dos referidos vegetais – secagem, desidratação, atrofiamento, etc. - eram idênticas aos produzidos por uma emissão de radiação electromagnética de micro-ondas e corresponderia a diferentes níveis de absorção, da citada radiação, pelas plantas. [18] Esta verificação revelar-se-á inegavelmente instrutiva, no caso dos tríplices efeitos observados quando do chamado “milagre do sol”, de 13 de Outubro de 1917.

            Nem tudo é acessível ou linear quando se trata de fundar modelos e hipóteses com base em depoimentos subjectivos, deficientemente informativos e precisos, afectados por um universo de constrangimentos no tempo e no espaço. Contudo, a selecção mínima que trouxemos a este forum conjuga alguns dos esteios vitais em que se enxerta uma noção de coerência e objectividade mínimas. Precisamente porque anteciparam situações paralelas, tão “impossíveis” como as presentes que ocorrem aos nossos olhos.

            O grande problema metodológico face a fenómenos evanescentes, incontroláveis e dificilmente replicáveis é lograr determinar, com a melhor a consistência possível, a sua coerência interna, atestado por um confortável número de observações independentes. Em quadros complexos, como estes do domínio do inefável, importa sobremaneira, como sustenta o físico teórico Auguste Meessen considerar 1) a fiabilidade das informações particulares, 2) o número de casos similares, 3) a análise científica dos efeitos físicos que estão em jogo. [19] 

           

            A sequência dos aspectos físicos, eventualmente modeláveis por investigações futuras, e não pode ser descartada ou minimizada apenas por caprichos do acaso, coincidências ou da histeria/imitação colectiva. Os laboratórios não se compadecem com subjectividades. Do mesmo modo, a exploração destes nexos, ao nível da neurologia, da linguística, poderá vir a revelar-se uma via aberta para a análise da formação das «mensagens» elaboradas pelos «contactados», antigos e modernos, religiosos ou laicos, em diferentes espaços e tempos culturais. Destacam-se, em especial, as implicações para a formulação de um modelo de comunicação não-verbal, extensiva a experiências de “contacto” laico e religioso intemporal e transcultural, e a emergência de uma nova área transdisciplinar: a neuroteologia ou neurobiologia da religião.

            Como se depreenderá, o futuro da Ciência – como reza a sua história passada - promete-nos novas e estimulantes “leituras” do temporariamente “inexplicável” e que corre pelas margens dos actuais saberes e sistemas de crenças.

 

  • Doutor em História. Co-autor das obras “As aparições de Fátima eo fenómeno OVNI” ( Editorial Estampa, 1995) e “Fátima nos bastidores do Segredo” (Âncora Editora, 2002); co-fundador do Centro Transdiciplinar de Estudos da Consciência, Universidade Fernando Pessoa, Praça 9 de Abril, 349, 4249-004, Porto, Portugal. Coordenador do MARIAN Project ( Multicultural Apparitions Research  International Academic Network ). E-mail: jfernan@ufp.pt.

 

 

Referências:

 

[1] Cf. Morin, Edgar. O Método III. O conhecimento do conhecimento/1,  Mem Martins, Publicações Europa-América, 1987.

2 Cf.  Armada, Fina d’, O que se passou em Fátima em 1917, Amadora, Livraria Bertrand, 1980; Armada, Fina d’; Fernandes, Joaquim. Intervenção Extraterrestre em Fátima – as aparições e o fenómeno OVNI, Amadora, Livraria Bertrand, 1982; Armada, Fina d’; Fernandes, Joaquim. As aparições de Fátima e o fenómeno OVNI, Lisboa, Estampa, 1995; Armada, Fina d’; Fernandes, Joaquim. Fátima – nos bastidores do segredo, Lisboa, Âncora Editora, 2002. 

3Comunicação pessoal,  7/12/1980.

4 Armada, Fina d’; Fernandes, Joaquim. Intervenção Extraterrestre em Fátima – as aparições e o fenómeno OVNI, Amadora, Livraria Bertrand, 1982, p.33.

5 Heering, Jan. “A Comparative Analysis of 62 “Solid Light Beam” Cases, in UFO Phenomena, Bolonha, vol.2, 1977; Cf. também Meessen, Auguste, in Inforespace, Bruxelas, Maio/Setembro, 1978; Cf. também, para uma exposição de resultados físicos e fisiológicos, Niemtzov, R.C.. “Physiological and Radiation Effects from Intense Luminous Unidentified Objects”, in UPIAR Research in Progress, Bolonha, vol.II, nºs 2/3, 1984.

6 Olmos, Vicente-Juan Ballester, Guasp, Miguel. Los Ovnis y la ciencia, Madrid, Plaza Y Janes, 1981, cap. XI., p.314 e segs. Cf. igualmente Persinger, Michael A. et. al. “Issues Forum: Tectonic Stress Theory”, in Journal of UFO Studies, Chicago, 1990, vol. 2, pp. 99-176; Lawson, A.H., “Hypnosis of imaginary UFO “abductees”, in UFO Phenomena, Bolonha, 1978/1979, vol.III, nº1, pp. 219-258.  

7 Armada, Fina d’; Fernandes, Joaquim, ob.cit., supra, pp.64-70.

8 Cf. o trabalho apresentado neste mesmo volume pelo investigador Raul Berenguel.

9 McCampbell, James. Ufology, Belmont, Jaymac Company, 1973.

10 Cf. nota 8 supra.

11 Cf. Procedings of the IEEE, vol. 68, nº1, Janeiro, 1980.

12 Cf. para os casos laicos estudados do ponto de vista da psicoterapia, Mack, John. Sequestro. Lisboa, Planeta, 1994, e mais recentemente, do mesmo autor, Passaport to the Cosmos. Human transformation and alien encounters, New York, Crown Publishers, 1999.

13 Armada, Fina d’; Fernandes, Joaquim. ob.cit, nota 4, pp. 361-372.

14 Comunicação pessoal, 3 de Dezembro 1983.

15 Cf. texto de Raul Berenguel  e o elenco histórico de pesquisas no âmbito militar e da defesa, quer dos EUA quer da ex-União Soviética.

16 Rifat, Claude. “A Theoretical Frame Working for the problem on Non-Contact between an Advanced Extraterrestrial Civilization and Mankind: Symbolic Sequential Communication versus Symbolic Non-Sequential Communication”, in UFO Phenomena, Bolonha, vol. 3, 1978/9, pp. 273-288; Cf. também do mesmo autor, “Is the Locus Coeruleus, an important anatomical center of the brain, involved in the most bizarre aspects of UFO reports? The induced dream hypothesis”, in UFO Phenomena, Bolonha, vol.II, nº 1, 1977.

17 Newberg, Andrew B.; d’Aquili, Eugene G.. “The Neuropsychology of Religious and Spiritual Experience”, in Andresen, Jensine; Forman, Robert K.C. (eds.), Cognitive Models and Spiritual Maps, Thorverton, Imprint Academic, 2000, pp. 251-266.

18 Levengood, C.; Talbot, Nancy. “Dispersion of energies in worldwide crop formations”, in Physiologia Plantarum, Stockolm, nº 105, pp. 615-624, Junho 1999.

19 “Note sur les apparitions mariales”, comunicação pessoal, 8 de Janeiro 2001.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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